Sobre o pronunciamento de Dilma durante os protestos de junho de 2013


Eu era muito jovem para participar como militante durante a ditatura que começou em nosso país em 1964. Na verdade não havia nem nascido em 1964. O que me lembro de mais antigo desses anos de chumbo é uma propaganda política do governo de então mostrando como havia estourado um “aparelho terrorista” e capturado guerrilheiros.

Bem pequena ainda, perguntei a meu pai se os guerrilheiros eram perigosos, meu pai virou-se para um amigo ao seu lado e comentou: “Está vendo? Eles convencem até as crianças de que estão certos...”. Acho que foi uma primeira experiência de como exercer meu senso crítico em relação à política.

Não me representam


Um protesto silencioso da Turquia se torna global


Os protestos anti-governo na Turquia continuam e se tornam cada vez mais criativos.

Noite passada, no meio do Parque Taksim, principal palco dos protestos, um homem com camisa branca parou, completamente imóvel, olhando para a bandeira turca e para o pôster de Mustafa Kemal Ataturk. As pessoas à sua volta, no início, não prestaram atenção a ele.

Algumas reflexões sobre as manifestações de junho de 2013



Tenho acompanhado com crescente atenção as manifestações em nosso país que se iniciaram neste mês de junho de 2013. Inicialmente, com certa surpresa, pela capacidade de mobilização inédita em nossa História recente. Depois com entusiasmo, juntando-me ao movimento das ruas em minha cidade. Ainda que eu deplore os atos de violência de qualquer espécie que possam ter surgido no bojo desses protestos, como a maioria dos brasileiros, considero que estas foram as atitudes mais corajosas de nosso povo nos últimos tempos.

A maior parte daqueles que têm um mínimo de consciência política sempre criticou a apatia dos brasileiros diante dos desmandos que fazem parte das nossas rotinas. Frequentemente ouvia-se dizer, diante de algum fato negativo do gênero: "se isso acontecesse em outro país, a população teria saído às ruas...". Pois bem, pode ter demorado, mas estamos demonstrando nossa indignação de forma absolutamente clara. E se um grande número dos participantes é de jovens de primeira ou segunda geração, muitos dos que estão no mover das ruas, ou que o estão apoiando fora delas, acenando das janelas dos prédios ou postando redes sociais, não o são.