Algumas reflexões sobre as manifestações de junho de 2013



Tenho acompanhado com crescente atenção as manifestações em nosso país que se iniciaram neste mês de junho de 2013. Inicialmente, com certa surpresa, pela capacidade de mobilização inédita em nossa História recente. Depois com entusiasmo, juntando-me ao movimento das ruas em minha cidade. Ainda que eu deplore os atos de violência de qualquer espécie que possam ter surgido no bojo desses protestos, como a maioria dos brasileiros, considero que estas foram as atitudes mais corajosas de nosso povo nos últimos tempos.

A maior parte daqueles que têm um mínimo de consciência política sempre criticou a apatia dos brasileiros diante dos desmandos que fazem parte das nossas rotinas. Frequentemente ouvia-se dizer, diante de algum fato negativo do gênero: "se isso acontecesse em outro país, a população teria saído às ruas...". Pois bem, pode ter demorado, mas estamos demonstrando nossa indignação de forma absolutamente clara. E se um grande número dos participantes é de jovens de primeira ou segunda geração, muitos dos que estão no mover das ruas, ou que o estão apoiando fora delas, acenando das janelas dos prédios ou postando redes sociais, não o são.



Embora os focos das reivindicações sejam amplos, bate em nossos corações anseios por alvos bem simples: combate efetivo à corrupção e à criminalidade, melhores serviços públicos, em especial na área de educação, saúde e transportes, e uma reforma política para que tenhamos uma estrutura sustentável para gestão contínua desses objetivos.

Eu me sinto orgulhosa de meu país, como há muito não me sentia. E agora tenho esperança de que não somente teremos mudanças positivas concretas, mas também de que surgirão desses movimentos jovens cada vez mais conscientizados politicamente que votarão com consciência e escolherão com sabedoria seus representantes. E que se amadurecerão e se colocarão, eles mesmos, nos papéis de líderes políticos.

A política em nosso país tornou-se algo tão sujo que alguém disse que para fazer política é preciso “meter a mão na merda”. É preciso limpar a sujeira, e como é muita sujeira vai dar bastante trabalho. Mas quanto antes começarmos melhor...



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